Mioma Uterino.
Fonte: 37º
Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro / Abril de 2013.
Patrycia Araujo – Médica do CMS Vila
Canoas.
E-mail: patryciaa@yahoo.com.br
Mulheres em idade reprodutiva vítimas de mioma
uterino podem contar com uma alternativa efetiva de tratamento menos invasivo,
que não requer a retirada do útero, órgão símbolo de
fertilidade, maternidade e feminilidade. Trata-se da embolização uterina, procedimento
minimamente invasivo que dura aproximadamente uma hora, sendo uma técnica não
cirúrgica. A paciente que possui mioma no útero sofre de sintomas
desconfortáveis, como intenso sangramento no período menstrual, fortes cólicas,
urgência urinária, dores pélvicas, dor durante relação
sexual, prisão de ventre e anemia.
Através da embolização uterina, é possível tratar estes
sintomas, assim como garantir o bem estar da mulher. O procedimento consiste na
obstrução do fluxo sanguíneo das artérias que nutrem o útero. A técnica não
interfere nas funções normais do órgão, que passa a ser nutrido por
circulações colaterais que mantêm sua vitalidade, e devolve a qualidade de vida
à paciente. A embolização uterina é realizada por meio de um corte de, no
máximo, dois
milímetros na região da virilha, onde se introduz um fino cateter até as
artérias uterinas.
Depois de localizado os miomas, são injetadas micro
partículas de gel insolúvel para obstruir estas artérias. Assim, os miomas
param de crescer ou até desaparecem. Este procedimento permite que a mulher
possa voltar a cumprir totalmente suas atividades diárias em quatro ou
sete dias, ao contrário das cirurgias de retirada do mioma ou de todo o útero,
em que a mulher necessita de pelo menos um mês de recuperação.
Embolização significa “fechar os vasos”, e é uma técnica
muito conceituada, além de possuir o maior grau de evidência científica
concedido pela Sociedade Americana de Ginecologia e Obstetrícia e pela
Sociedade de Radiologia Intervencionista Americana e Européia. A embolização
uterina é um método efetivo que controla os sintomas em até 92%. Outro ponto
positivo após este tratamento é que a mulher pode ter de 10% a 30% de chances
de engravidar, um dado expressivo já que, no caso da retirada do útero, isso não
é mais possível, podendo desencadear em muitas pacientes a depressão e a perda
de auto-estima.
A doença não apresenta grupo de risco, mas atinge
mulheres em idade fértil de 20 aos 45 anos. Os miomas se alimentam do hormônio
feminino Estrógeno. O importante é ressaltar que, quando bem indicada, a embolização
uterina pode efetivamente devolver a qualidade de vida às pacientes com um
procedimento minimamente invasivo, com baixos índices de complicação, e rápido
retorno da paciente às suas atividades profissionais e pessoais.
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