24 de julho de 2013

CÂNCER DE PELE - MELANOMA




Melanoma.
Patrycia Araujo – Médica do CMS Vila Canoas.



Se você notar alguma marca suspeita na pele, consulte seu médico assim que possível. Qualquer alteração na aparência de uma lesão pigmentada ao longo do tempo é um sinal de alerta, assim como se qualquer formação existente na pele mudar de cor, tamanho ou textura, ou se uma lesão existente apresentar dor, inchaço, sangramento ou coceira

Melanoma é um tipo de câncer que atinge a pele. Representa 5% dos tipos de câncer da pele, sendo o mais grave. Ele é a principal causa de morte entre as doenças de pele. O melanoma origina-se nos melanócitos, células localizadas na epiderme, responsáveis pela produção de melanina e, portanto, pela cor da pele e do cabelo. É sempre maligno.

O tratamento e prognóstico dos melanomas depende do tempo evolução da doença, e do grau de invasão.

O melanoma é uma entidade das mais intrigantes em medicina diagnóstica. Existem lesões que são características por um lado, mas há lesões que são pouco características (os critérios para classificação não se apresentam de modo conclusivo). Assim, não é infrequente a presença de melanomas que possuem aspectos encontrados em outras doenças (até mesmo aspectos vistos em doenças benignas).

Em geral, para um melanoma cutâneo, é costume usar uma regra mnemônica para avaliação destas lesões, conhecida como ABCD.
A de Assimetria, porque a lesão possui formato irregular.
B tem a ver com Bordas irregulares, ou seja, os limites externos se mostram irregulares.
C de Coloração variada, com diferentes tonalidades de cor, por vezes sem melanina. Em áreas intratumorais, por vezes nota-se coloração semelhante à da pele adjacente normal.
D de Diâmetro da lesão, que é maior que 6 milímetros.

Muitas vezes, os melanomas malignos cutâneos não apresentam estes itens descritos. Além disso, muitas vezes há a concomitância com lesões benignas. Alguns estudos sugerem que melanomas malignos cutâneos podem surgir a partir de lesões benignas pré-existentes. Neste caso, ainda mais se a lesão possui grandes dimensões, é possível que na primeira biópsia para o diagnóstico microscópico tenha sido representada grande parte do espectro benigno da doença, gerando uma biópsia falso-negativa.

Deve-se dar preferência à biópsia excisional (quando se pretende retirar toda a lesão) para tumores com até 2 cm de extensão na superfície da pele. No entanto, nem sempre isso é possível ou a aparência da lesão para o cirurgião ou dermatologista não é característica e, então, a representação para o médico patologista é de apenas parte da lesão.

Levando em conta que o diagnóstico precoce e a pronta retirada das lesões suspeitas é o principal meio de se evitar a progressão desta doença, é crucial entender que nem sempre o diagnóstico delas é algo livre de dificuldades. Pelo contrário, isso significa que ainda teremos muitos estudos populacionais ou do mecanismo como as células tumorais progridem, para que possamos melhorar ainda mais a abordagem das pessoas afetadas por esta enfermidade.

Embora raramente, os melanomas podem aparecer na boca, na íris dos olhos ou na retina, na parte posterior do olho. Eles podem ser detectados durante exames odontológicos ou oftalmológicos. Embora seja muito raro, o melanoma também pode se desenvolver na vagina, no esôfago, no ânus, no trato urinário e no intestino delgado.

O risco de desenvolver um melanoma aumenta com a idade. Entretanto, a doença também afeta com frequência jovens e pessoas perfeitamente saudáveis.

O desenvolvimento do melanoma está relacionado à exposição ao sol ou à radiação ultravioleta, principalmente em pessoas de pele clara, olhos verdes ou azuis, e cabelos loiros ou ruivos.

Os riscos associados ao melanoma são:
Viver em locais de clima quente ou altas altitudes;
Exposição prolongada a altos índices de luz solar ocasionada pelo trabalho ou outras atividades;
Uma ou mais queimaduras de sol com bolha durante a infância;
Uso de máquinas de bronzeamento;
Parentes próximos com histórico de melanoma;
Exposição a produtos químicos que podem causar câncer, como arsênico, alcatrão de carvão e creosoto;
Presença de determinados tipos de pintas (displásicas atípicas) ou diversas marcas de nascença;
Sistema imunológico deprimido por AIDS, leucemia, transplante de órgãos, alguns medicamentos como corticóides.

As células de pele com câncer e parte do tecido normal que cerca o câncer precisarão ser retirados cirurgicamente. A quantidade de tecido normal retirada depende principalmente da profundidade que o melanoma atingiu.

Se o câncer tiver atingido os linfonodos próximos, esses linfonodos poderão também precisar ser removidos.

O tratamento é mais difícil para pacientes com um melanoma que já atingiu a pele e os linfonodos próximos, e se espalhou para outros órgãos. O tratamento tem como objetivo diminuir o tumor e amenizar os sintomas. A quimioterapia é frequentemente usada para tratar os melanomas que retornaram ou se espalharam. Medicamentos como o interferon ou interleucina, que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer, podem ser eficazes em conjunto com a quimioterapia e a cirurgia. Esse tipo de tratamento é chamado de imunoterapia. Entretanto, o interferon apresenta muitos efeitos colaterais e pode ser difícil de tolerar.


Os tratamentos com radiação podem ser usados para aliviar a dor ou o desconforto causado pelo câncer que se espalhou. O câncer que se espalhou para outras partes do corpo é, às vezes, removido cirurgicamente para diminuir a dor ou o desconforto.

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