Melanoma.
Patrycia Araujo – Médica do CMS Vila
Canoas.
E-mail: prmaraujo@hotmail.com
Se você notar alguma marca suspeita na
pele, consulte seu médico assim que possível. Qualquer alteração na aparência de
uma lesão pigmentada ao longo do tempo é um sinal de alerta, assim como se
qualquer formação existente na pele mudar de cor, tamanho ou textura, ou se uma
lesão existente apresentar dor, inchaço, sangramento ou coceira
Melanoma é um
tipo de câncer que atinge a pele. Representa 5% dos tipos de câncer da pele,
sendo o mais grave. Ele é a principal causa de morte
entre as doenças de pele. O melanoma origina-se nos melanócitos, células
localizadas na epiderme, responsáveis pela produção de melanina e, portanto, pela
cor da pele e do cabelo. É sempre maligno.
O tratamento e
prognóstico dos melanomas depende do tempo evolução da doença, e do grau de
invasão.
O melanoma é uma
entidade das mais intrigantes em medicina diagnóstica. Existem lesões que são
características por um lado, mas há lesões que são pouco características (os
critérios para classificação não se apresentam de modo conclusivo). Assim, não
é infrequente a presença de melanomas que possuem aspectos encontrados em
outras doenças (até mesmo aspectos vistos em doenças benignas).
Em geral, para um
melanoma cutâneo, é costume usar uma regra mnemônica para avaliação destas lesões,
conhecida como ABCD.
A de Assimetria,
porque a lesão possui formato irregular.
B tem a ver com Bordas
irregulares, ou seja, os limites externos se mostram irregulares.
C de Coloração
variada, com diferentes tonalidades de cor, por vezes sem melanina. Em áreas
intratumorais, por vezes nota-se coloração semelhante à da pele adjacente
normal.
D de Diâmetro
da lesão, que é maior que 6 milímetros.
Muitas vezes, os
melanomas malignos cutâneos não apresentam estes itens descritos. Além disso,
muitas vezes há a concomitância com lesões benignas. Alguns estudos sugerem que
melanomas malignos cutâneos podem surgir a partir de lesões benignas
pré-existentes. Neste caso, ainda mais se a lesão possui grandes dimensões, é
possível que na primeira biópsia para o diagnóstico microscópico tenha sido
representada grande parte do espectro benigno da doença, gerando uma biópsia
falso-negativa.
Deve-se dar
preferência à biópsia excisional (quando se pretende retirar toda a lesão) para
tumores com até 2 cm de extensão na superfície da pele. No entanto, nem sempre
isso é possível ou a aparência da lesão para o cirurgião ou dermatologista não
é característica e, então, a representação para o médico patologista é de
apenas parte da lesão.
Levando em conta
que o diagnóstico precoce e a pronta retirada das lesões suspeitas é o
principal meio de se evitar a progressão desta doença, é crucial entender que
nem sempre o diagnóstico delas é algo livre de dificuldades. Pelo contrário,
isso significa que ainda teremos muitos estudos populacionais ou do mecanismo
como as células tumorais progridem, para que possamos melhorar ainda mais a
abordagem das pessoas afetadas por esta enfermidade.
Embora raramente,
os melanomas podem aparecer na boca, na íris dos olhos ou na retina, na parte posterior do olho. Eles podem ser detectados durante exames
odontológicos ou oftalmológicos. Embora seja muito raro, o melanoma também pode
se desenvolver na vagina, no esôfago, no ânus, no trato urinário e no
intestino delgado.
O risco de
desenvolver um melanoma aumenta com a idade.
Entretanto, a doença também afeta com frequência jovens e pessoas perfeitamente
saudáveis.
O desenvolvimento
do melanoma está relacionado à exposição ao sol ou à radiação ultravioleta,
principalmente em pessoas de pele clara, olhos verdes ou azuis, e cabelos
loiros ou ruivos.
Os riscos
associados ao melanoma são:
Viver em locais
de clima quente ou altas altitudes;
Exposição
prolongada a altos índices de luz solar ocasionada pelo trabalho ou outras
atividades;
Uma ou mais
queimaduras de sol com bolha durante a infância;
Uso de máquinas
de bronzeamento;
Parentes próximos
com histórico de melanoma;
Exposição a produtos
químicos que podem causar câncer, como arsênico, alcatrão de carvão e creosoto;
Presença de
determinados tipos de pintas (displásicas atípicas) ou diversas marcas de
nascença;
Sistema
imunológico deprimido por AIDS, leucemia, transplante de órgãos, alguns medicamentos
como corticóides.
As células de
pele com câncer e parte do tecido normal que cerca o câncer precisarão ser
retirados cirurgicamente. A quantidade de tecido normal retirada depende
principalmente da profundidade que o melanoma atingiu.
Se o câncer tiver
atingido os linfonodos próximos, esses linfonodos poderão também precisar ser
removidos.
O tratamento é
mais difícil para pacientes com um melanoma que já atingiu a pele e os
linfonodos próximos, e se espalhou para outros órgãos. O tratamento tem como
objetivo diminuir o tumor e amenizar os sintomas. A quimioterapia é
frequentemente usada para tratar os melanomas que retornaram ou se espalharam. Medicamentos
como o interferon ou interleucina, que estimulam o sistema imunológico a
combater o câncer, podem ser eficazes em conjunto com a quimioterapia e a
cirurgia. Esse tipo de tratamento é chamado de imunoterapia. Entretanto, o
interferon apresenta muitos efeitos colaterais e pode ser difícil de tolerar.
Os tratamentos
com radiação podem ser usados para aliviar a dor ou o desconforto causado pelo
câncer que se espalhou. O câncer que se espalhou para outras partes do corpo é,
às vezes, removido cirurgicamente para diminuir a dor ou o desconforto.
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