Alopécia Areata.
Por: Patrycia Araujo - Médica do CMS Vila Canoas.
Por: Patrycia Araujo - Médica do CMS Vila Canoas.
E-mail: prmaraujo@hotmail.com
Alopecia Areata é um quadro
clínico com perda de cabelo localizada em áreas bem delimitadas, em
áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de outras partes do corpo.
Alopecia Areata ocorre em 1% a 2% da população. Afeta ambos os sexos, todos os
grupos raciais, e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus
portadores tenham menos de 20 anos. A perda de cabelo é assintomática, mas
alguns pacientes se queixam de prurido ou queimação que precedem o aparecimento
das placas. Geralmente, as áreas em que o cabelo cai são bem delimitadas e
esparsas pelo couro cabeludo, mas podem se tornar confluentes e evoluir para a
queda total de cabelo e de pelos do corpo (alopecia totalis). Alterações na
superfície das unhas surgem em 10 a 50% dos casos.
A história natural da doença
é extremamente variável. Durante a vida, podem ocorrer diversos episódios de
queda, seguidos de recuperação parcial ou total do cabelo perdido. Pode haver
queda num local, e crescimento em outros, mas, a perda também pode ser
irreversível. Quando o cabelo volta a crescer, geralmente é branco e fino para,
depois, adquirir cor e consistência normais. Com ou sem tratamento, crescimento
parcial ou completo deve ser esperado dentro de um ano, nos casos de alopecia
em placas.
Embora o diagnóstico
possa ser feito pela simples aparência das áreas sem cabelo, circunscritas, em
certos casos há necessidade de fazer biópsia da pele afetada para afastar
outras causas de alopecia. Em 10% a 40% dos casos, há outras pessoas na família
com o mesmo problema. De 7% a 10% dos pacientes desenvolvem formas graves de
alopecia crônica. Quando a alopecia areata instala-se antes dos dois anos de
idade, 55% das crianças mais tarde evoluem para alopecia totalis.
Diversos genes têm sido implicados na suscetibilidade à
Alopecia Areata; eles provavelmente interagem com fatores ambientais, como o
estresse ou a presença de microorganismos, para disparar uma resposta imunológica
anômala que lesa o folículo piloso. Em 20% a 30% dos casos, a Alopecia está
associada com outras enfermidades de natureza imunológica: tireoidites, diabetes,
lúpus, vitiligo, Rinites e outras condições alérgicas.
O tratamento
não é obrigatório, porque não previne novas recidivas, uma vez que a condição é
benigna e tende a regredir espontaneamente, mas costuma ser indicado porque a
alopecia pode causar distúrbios psicológicos importantes. Nos adultos com menos
de 50% de envolvimento do couro cabeludo, o tratamento de primeira linha são as
injeções locais de derivados da cortisona. Nos pacientes que respondem bem, o
crescimento pode ser notado 4 a 8 semanas. As injeções são repetidas a cada 4
ou 6 semanas. Nos casos em que a queda de cabelo foi rápida, extensa e
duradoura, os resultados são pobres. Se depois de 6 meses não houver resposta,
o tratamento pode ser interrompido. A aplicação tópica de cremes contendo
corticosteróides é uma opção menos eficaz do que a injeção, mas bastante
empregada, especialmente em crianças, para evitar a dor que as injeções locais
provocam. Soluções de Minoxidil a 1%, 2% ou até 5%, substância que estimula a síntese de DNA no
folículo piloso, aplicadas duas vezes por dia, demonstram eficácia em 20% a 45%
dos casos. Tratamento local com creme de antralina, uma substância com
propriedades antiproliferativas, tem sido empregado com resultados variáveis.
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