20 de janeiro de 2014
Esteatose Hepática
Patrycia
Araujo_Médica do CMS Vila Canoas
Esteatose Hepática é uma condição reversível na qual
grandes vacúolos de gordura do tipo Triglicerídeo
se acumulam nas células do fígado. Apesar de ter
diversas causas, ocorre principalmente em pessoas que consomem álcool em excesso, e obesos (com ou sem
efeitos da resistência à
insulina).
Essa condição também é associada com outras doenças que influenciam no metabolismo da gordura. O
fígado é um órgão de primordial importância, sendo a principal unidade de
fabricação e armazenagem do nosso organismo, e um dos responsáveis pelo
metabolismo de proteínas, açúcares e gorduras que ingerimos na alimentação. Nosso
fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura, que compõe cerca de
10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede esse valor, estamos diante
de um fígado que está acumulando gordura dentro do seu tecido. A esteatose
hepática pode ser dividida em Doença
gordurosa alcoólica do fígado (quando há abuso de bebida alcoólica) ou Doença
gordurosa não alcoólica do fígado, quando não existe história de ingestão de
álcool significativa.
Causas: A esteatose
hepática é mais comum no sexo feminino, provavelmente por ação do estrogênio. As
causas mais freqüentes são as Hepatites virais, a ingestão excessiva de bebidas
alcoólicas, a obesidade e o diabetes
mellitus tipo 2 não
controlado. Mais de 70% dos pacientes
com esteatose hepática são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco de
desenvolver a doença. Uma de cada cinco pessoas com sobrepeso desenvolvem
Esteato-hepatite não alcoólica. Outras causas são a dieta pobre
em proteínas, Desnutrição ou
rápida perda de grande quantidade de peso, uso de alguns medicamentos como
corticóides, amiodarona, AAS, Metotrexato, vitamina A, ácido valpróico, tetraciclina, entre outros, a
cirurgia de bypass intestinal
para tratar situações de obesidade mórbida, e toxinas hepáticas.
Sintomas: a doença costuma
não apresentar sintomas, sobretudo se desenvolvida de forma progressiva. Nos
casos em que aparece subitamente, pode causar dor na parte superior direita do abdômen, icterícia, boca seca,
sensação de "ressaca" como indisposição após alimentações um pouco
mais gordurosas.
Diagnóstico: o primeiro passo
para o diagnóstico é a realização de uma história
clínica, com o objetivo de identificar causas possíveis para esta situação.
O exame físico também é
importante, pois permite identificar, através da palpação abdominal, a
existência de um fígado aumentado de tamanho (hepatomegalia), com uma superfície lisa e indolor. As análises de sangue que traduzem
o funcionamento do fígado revelam apenas ligeiras alterações inespecíficas. Na
esteatose hepática, as enzimas do fígado estão geralmente normais, enquanto na
esteato-hepatite há aumento das mesmas. O diagnóstico geralmente é feito com
exames que permitam visualizar o fígado, como ultrassonografia abdominal, tomografia computorizada, ou ressonância
magnética, que evidenciam um excesso de gordura no fígado. O
diagnóstico de certeza é feito com a realização de uma biopsia hepática, embora esta não seja, geralmente,
necessária. Morfologicamente é difícil diferenciar o fígado gorduroso alcoólico
do não-alcoólico.
Não se sabe ao certo
como se desenvolve a esteatose hepática. Nem todas as pessoas que ingerem
bebidas alcoólicas em excesso, que têm diabetes mellitus, que são obesas ou que
tomam corticóides surgem com esta doença. Nas
pessoas que desenvolvem esteatose hepática, existem mecanismos anormais que
favorecem o acúmulo de gordura no fígado. A gordura em excesso pode vir
de outras partes do organismo, ou de uma absorção excessiva de gordura no
intestino proveniente da alimentação. Pode também ser devida a uma diminuição
da degradação e remoção de gordura pelo fígado.
Tratamento:
esta doença não tem um tratamento específico. Quanto maior e mais
prolongado for o acúmulo de gordura no fígado, maiores são os riscos de lesão
hepática. Quando há gordura em excesso e por muito tempo, as células do fígado
podem sofrer danos, ficando inflamadas. Este quadro é chamado de
esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. A esteato-hepatite é um quadro bem mais
preocupante que a esteatose, já que cerca de 20% dos pacientes evoluem para
cirrose hepática. Portanto, a esteatose hepática é um estágio anterior ao desenvolvimento
da esteato-hepatite que, como o próprio nome diz, é uma hepatite causada por
excesso de gordura. Nem todo paciente com esteatose hepática irá evoluir para
esteato-hepatite.
Devem
adotar-se medidas que conduzam à regressão e ao desaparecimento da esteatose,
ou que evitem a progressão para situações mais graves de inflamação, fibrose,
cirrose hepática, e Câncer de Fígado. Estas medidas são adotadas tendo em conta
a causa desencadeante, visando a eliminação dessa causa, ou o tratamento da
doença de base.
Se a causa é a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, então há que suspender
essa ingestão o mais rapidamente possível, recorrendo sempre ao apoio médico
para se evitarem situações de abstinência alcoólica. Se a causa for a
obesidade, devem adotar-se medidas que visem a perda de peso. Se esta doença
estiver sendo provocada por um determinado medicamento, há que substituí-lo por
outro de efeito equivalente, nunca esquecendo que essa substituição só deverá
ser realizada pelo seu médico. Nos casos devidos a erro alimentar, é importante
corrigir essa deficiência.
Um exemplo de
tratamento da doença de base são os doentes com diabetes mellitus mal
controlada que desenvolvem esteatose hepática. Nesta situação, o doente deve
esforçar-se por manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos valores normais,
conseguindo assim reverter a esteatose, com acompanhamento médico e uso de medicamentos em casos especiais,
acompanhamento nutricional e atividade física programada. A perda de peso é,
talvez, a mais importante medida terapêutica. Todavia, deve-se limitar
a perda de peso ao máximo de 1,5 kg por semana para se evitar uma piora do
quadro. A prática regular de atividade física também ajuda muito, pois diminui
o colesterol, o Triglicerídeo, a Glicose e aumenta o efeito da insulina. Em
doentes com obesidade mórbida, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção.
13 de janeiro de 2014
DERMATOFITOSE
As dermatofitoses ou tinhas ou frieiras são micoses superficiais que podem acometer pêlos,
unhas e pele, provocadas por fungos queratinofílicos chamados dermatófitos.
Os Dermatófitos são
fungos filamentosos que formam hifas organizadas em micélios. Alimentam-se da proteína humana queratina. Infectam os tecidos superficiais constituídos
por células mortas e queratinizadas,
como as da pele, pêlos e unhas, mas não afetam tecidos vivos. Em cultura ou na vida livre não
parasitária apresentam estruturas de reprodução sexual, mas no homem
reproduzem-se assexuadamente. Também é conhecido como frieira. A Dermatofitose
é endêmica em todo o mundo. Alguns como o M.gypseum são geofílicos, ou seja, existem no
solo e infectam por contacto continuado com o mesmo. Outros infectam
principalmente animais, como o M.
canis, podendo contaminar também pessoas.
Sinais e sintomas: As tinhas nunca são perigosas, já que o fungo não está equipado para invadir o corpo. Ele alimenta-se
apenas das células mortas queratinizadas da pele, unhas ou pêlos. Contudo é de difícil
resolução, porque o sistema imunitário não tem acesso a esses tecidos
externos mortos.
Há vários tipos de tinhas ou dermatofitoses:
A Tinea corporis: afeta a pele sem pelos do corpo. É a que possui maior incidência, sobretudo nas pessoas mais obesas. Causada pelos fungos M. canis ou T.mentagrophytes.
A Tinea
pedis (o vulgar "pé-de-atleta") caracteriza lesões vesiculosas
nos espaços interdigitais ou lesões com escamação nas regiões plantares do pé. Causada pelas
espécies T.rubrum, T.mentagrophytes ou E.floccosum.
A Tinea
Cruris caracteriza lesões eritemato-escamosas (vermelhas), mas
regiões inguinais (zona dos genitais).
A Tinea unguium é a tinha das unhas, e pode ser causada por quase todas as espécies de dermatófitos. As lesões apresentam um aspecto variável, desde simples manchas esbranquiçadas a espessamentos com destruição da lâmina externa da unha e hiperqueratose subungueal (unha amarela grossa). Na Onicomicose, há sobreinfecção por Candida albicans.
A Tinea
barbae é causada por
agentes dermatófitos zoofílicos (de animais) e a sua incidência, além de baixa,
é quase exclusiva de meios rurais. As lesões são localizadas na face, na zona
com barba, e podem ser superficiais (anulares com bordos vesiculo-pustulosos)
ou profundas (massas nodulares infiltradas de cor vermelho-arroxeada).
A Tinea
capitis, a tinha favosa ou favo tem como agente etiológico T. schoenleinii, surge em
qualquer idade e é caracterizada pelo aparecimento de placas escamo-crostosas
de cor amarelada, em forma de favo e com o "cheiro de rato". Leva à
queda do cabelo e alopécia definitiva.
A Tinea
tonsurante tricofítica tem
como agentes T. tonsurans, T. violaceum e T.
rubrum, e é caracterizada pelo aparecimento de muitas, mas pequenas placas
onde o cabelo cai (as placas contêm os cotos do cabelo tonsurado). Estes
voltarão a crescer, pois a tinha evolui para a cura espontânea, normalmente na
puberdade, embora possa vir a persistir no adulto.
A Tinea tonsurante microspórica tem como agentes M. canis e M. audouini, e surge de uma forma muito contagiosa, principalmente nos jovens. É caracterizada pelo aparecimento de placas grandes e de limites circulares, ao nível das quais a tonsura é total. Cura espontaneamente na puberdade sem deixar vestígios.
Diagnóstico: As tinhas podem manter-se para sempre, especialmente nas
zonas úmidas e interdigitais, contudo o tratamento pode resolver as infecções
ou diminuir a sua intensidade. O diagnóstico é dado pela observação das
características das lesões. Em certos casos, faz-se necessária a cultura e
observação posterior com o uso de microscópio óptico para estabelecer com precisão o agente
etiológico.
O tratamento
normalmente é prolongado, variando de semanas até meses. Entre os fármacos mais
utilizados, é possível citar: fluconazol, cetoconazol, griseofulvina, terbinafina, clotrimazol,
nistatina,
entre outros.
12 de janeiro de 2014
FASCITE PLANTAR
Fascite Plantar.
Patrycia Araujo – Médica do CMS
Vila Canoas.
Fascite Plantar se refere a uma dor plantar originada
na fascia plantar. Ela se caracteriza por uma inflamação ocasionada
por microtraumatismos de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo. As forças de tração durante o apoio levam ao processo
inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração das fibras fasciais que se originam no
osso. A Fascite Plantar surge
com maior frequência em indivíduos obesos e ocorre quando há muita tensão ou o uso
excessivo da faixa de tecido denso da sola do pé. Isso pode provocar dor e
dificuldade para caminhar.
A Fascia Plantar é uma faixa apertada de
tecido conjuntivo fibroso denso que prende o calcâneo à base dos dedos do pé,
servindo como viga para a manutenção do arco longitudinal medial. O tendão de Aquiles também se prende no calcâneo. Se o
tendão está muito tenso, há uma redistribuição ao longo da fáscia. Se seu pé fica
instável durante tempos críticos ao andar, o arco dobra puxando a fáscia plantar.
Muita tensão pode rasgá-la, o que resultará em dor e edema local. A fáscia plantar
retém músculos e tendões na planta do pé e nos dedos, reduz a compressão das artérias
e nervos plantares e digitais, e auxilia o retorno venoso. Parte da fáscia
profunda, inferior às estruturas plantares, é chamada aponeurose plantar.
A Fascite
Plantar atinge cerca de 10% da população em pelo menos um momento da vida, e sua causa mais comum é de origem mecânica, envolvendo
forças compressivas que ampliam o arco longitudinal do pé. 60% do peso corporal
estão distribuídos sobre o calcanhar, de 31 a 38% na região da cabeça dos
metatarsos e somente cerca de 5% na região medial do pé.
A fascite plantar não é a mesma coisa que esporão do
calcâneo. Quando ocorre a lesão próximo ao osso, este pode tentar se
curar produzindo osso novo. Isto resulta no desenvolvimento de um esporão de
calcâneo. Sem a espora, a condição é chamada de fascite plantar, que é apenas a
lesão muscular. O esporão de calcâneo é uma formação óssea reativa em forma de
esporão (espícula óssea), localizada na face plantar do calcâneo. Pessoas com esta patologia têm dor na região plantar sob o
calcâneo. Alguns artigos afirmam que o esporão é uma consequencia da fascite
plantar. O esporão do calcâneo faz parte do quadro, e se caracteriza por um
crescimento ósseo no calcâneo, mas é importante salientar que a dor do esporão
não ocorre na fáscia plantar, e sim nas lesões causadas pela espícula óssea que
se formou no osso do calcâneo, passando a agredir o músculo flexor curto dos
dedos, adjacente a fáscia. Apenas 50%
das pessoas com fascite plantar têm esporão, e 10% das pessoas sem dor
no calcâneo também tem esporão.
Fatores de risco: falta de flexibilidade do arco longitudinal da fascia
plantar, rigidez da musculatura da panturrilha, corridas de longa distância, sendo
uma anomalia comum entre corredores, calçados inadequados à curva do pé ou
frouxos, obesidade, permanência por longos períodos em pé, danças, incluindo
especialidades como o ballet e danças aeróbicas, problemas
no arco do pé, como pé chato e pé cavo, aumento súbito de peso, tensão/encurtamento
no tendão de Aquiles, que liga os músculos da panturrilha ao tornozelo, alterações
na formação do arco dos pés, pisada errada, esforço excessivo da sola do pé.
As
manifestações da Fascite Plantar caracterizam-se pela dor local ao redor da
base do calcâneo e no arco plantar, principalmente ao levantar-se da cama, ou
após um período de repouso. A dor é crónica e melhora após a movimentação, sendo
reincidente e diária. A Fascite
Plantar é resultado de uma desordem nas fibras da aponeurose plantar, causada
possivelmente por anormalidades anatômicas e pelo seu uso excessivo. A fascite
plantar afeta geralmente homens ativos com idades entre 40 e 70 anos, sendo uma
das reclamações ortopédicas mais comuns relacionadas aos pés. A queixa mais comum é dor e rigidez na
sola do pé. A dor no calcanhar pode ser leve ou aguda. Também pode ocorrer dor
ou sensação de queimação na sola do pé. A dor normalmente é pior: pela manhã,
ao dar os primeiros passos, depois de ficar em pé ou sentado por algum tempo, ao
subir escadas, após atividades físicas intensas. A dor pode se
desenvolver lentamente com o passar do tempo ou repentinamente após atividade
intensa.
Tratamento:
1. Alongamento de panturrilha
normalmente têm uma participação na fáscia plantar. Exercícios com panos e
bolas de tênis podem cooperar com o alongamento da fáscia plantar.
2. Repouso.
3. O uso de fitas desportivas. Com o
auxílio de fitas apropriadas do tipo adesivo, há uma maior proteção da fáscia
plantar, auxiliando na recuperação. A fita tem resultado porque, ao ser
posicionada em certos lugares, elimina a tensão que provocou a inflamação. Na
maioria dos casos, apresenta melhora imediata sendo, entretanto, desapropriada
se houver envolvimento nervoso.
4. Gelo
(crioterapia) é recomendado em
lesões agudas, recentes. A água quente (termoterapia)
é recomendada em lesões crônicas, antigas e reincidentes. O gelo é analgésico e
anti-inflamatório. O calor normalmente incomoda a maioria dos pacientes com
fascite plantar, apesar de ser o recomendado. O gelo pode ser mais eficiente. O
procedimento é aplicar o gelo até não sentir a sola do pé, cuidando para
prevenir queimaduras de frio.
5. As palmilhas ortopédicas melhoram
substancialmente a dor, mas não a cura. São chamadas de órteses, feitas
sobre medidas, e acha-se facilmente em lojas de podologia. Elas influenciam na
pisada.
6. Anti-inflamatórios somente
servem em caso de início de inflamação.
7. Um
método que é pouco utilizado e visto como antigo é a utilização dos "splints", aparelhos que
mantêm o tornozelo em 90° para manter a musculatura posterior da perna e a própria
fáscia alongada durante a noite.
8. Crochetagem é uma nova técnica
manipulativa, desenvolvida pelo fisioterapeuta sueco Kurt Eeckman, colaborador
do Dr. James Cyriax, que age também no tratamento da membrana. A técnica
baseia-se na utilização de ganchos ou "crochets", que são utilizados
na quebra das aderências do sistema músculo-esqueletico. Divide-se em três
fases sucessivas: Palpação digital,
palpação instrumental e fibrólise. Há ainda, a técnica perióstea e a drenagem.
Seu objectivo principal é o rompimento de pontos de fibrose, geralmente
causados pela acumulação de cristais de oxalato de cálcio nos planos
aponeuróticos, causando irritação. A fibrólise consiste em uma tracção
complementar, realizada com a mão que segura o gancho, ao final da fase de tração
instrumental. Essa fase corresponde ao tempo terapêutico. A palpação digital consiste em uma espécie de amassamento digital, que
permite um delineamento da área a ser tratada. A palpação instrumental,
realizada com o gancho que melhor se adapte a estrutura a ser tratada, serve
para a localização precisa das fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos
fibrosos, e é realizada colocando-se a espátula do gancho junto ao dedo
indicador da mão esquerda.
9. O ultrassom auxilia com vibrações
moleculares de tecidos ricos em água. Quando as moléculas de água são colocadas
num campo electrostático, elas sofrem variações constantes na sua localização,
e esta vibração irá gerar calor na célula, aumentando o metabolismo e causando
vasodilatação. O calor interno faz com que acelere a cicatrização.
10.
Infravermelho, luz apontada
ao pé, tem o objetivo de agir como o ultra-som, porém na parte mais externa.
11.
Terapia por Ondas de Choque
Extracorpórea ou E.S.W.T. (Extracorporeal Shock Waves Therapy). Com auxílio de
elétrodos, o fisioterapeuta estimula o músculo da fáscia. O método apresenta ação
analgésica, minimamente invasivo, com efeitos colaterais insignificantes, bem
tolerado, e seguro para o paciente. Segundo dados estatísticos,
resultados positivos somam 85% de melhora da Fascite Plantar em relação a esse
tratamento. Indicação: dor
típica à digitopressão, carga (início de marcha e durante marcha), tratamento
conservador sem sucesso por mais de 3 meses. Exclusão às ondas de choque:
Idade menor que 18 anos, gravidez, alterações vasculoneurológicas, infecção
local, tumores, doenças de coagulação sanguínea.
12.
EPF (Endoscopic plantar fasciotomy)
ou fasciotomia plantar endoscópica, ou ainda ressecção de fáscia plantar é uma
cirurgia para tratamento da Fascite Plantar, e representa a última
opção de tratamento. A taxa de sucesso varia entre 37% a 60%, dependendo da
complexidade. O procedimento requer um bom nível de habilidade. Ele é feito em
aproximadamente 30 minutos. Após a anestesia, o cirurgião cortará uma porção da
fáscia no calcanhar. Duas incisões são feitas a cada lado do calcanhar. Uma
câmara endoscópica avalia a tensão da fáscia. Assim, um novo tecido preencherá
o espaço. A recuperação depende de idade, peso e atividade do paciente, ficando
entre 1 a 3 meses de repouso. Complicações compreendem enroscamento nos nervos
e severo desconforto.
Em havendo Esporão do Calcâneo, a remoção do osso em crescimento nem sempre é bem
sucedida, e em alguns casos são constatados casos de fraturas. A remoção do
anexo ósseo da fáscia plantar diminui o arco do pé e apresenta melhorias aos
sintomas.
Normalmente,
faz-se aconselhamento do paciente com o fisioterapeuta, que prescreve a técnica
a ser útil e os tratamentos coadjuvantes para a reabilitação do pé. Há também a
possibilidade de aplicações de injecções de cortisona, que é um tratamento mais
drástico, e somente será feito pelo médico caso todo o tratamento se mostre
inútil.
2 de janeiro de 2014
ALOPÉCIA AREATA
Alopécia Areata.
Por: Patrycia Araujo - Médica do CMS Vila Canoas.
Por: Patrycia Araujo - Médica do CMS Vila Canoas.
E-mail: prmaraujo@hotmail.com
Alopecia Areata é um quadro
clínico com perda de cabelo localizada em áreas bem delimitadas, em
áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou de outras partes do corpo.
Alopecia Areata ocorre em 1% a 2% da população. Afeta ambos os sexos, todos os
grupos raciais, e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos seus
portadores tenham menos de 20 anos. A perda de cabelo é assintomática, mas
alguns pacientes se queixam de prurido ou queimação que precedem o aparecimento
das placas. Geralmente, as áreas em que o cabelo cai são bem delimitadas e
esparsas pelo couro cabeludo, mas podem se tornar confluentes e evoluir para a
queda total de cabelo e de pelos do corpo (alopecia totalis). Alterações na
superfície das unhas surgem em 10 a 50% dos casos.
A história natural da doença
é extremamente variável. Durante a vida, podem ocorrer diversos episódios de
queda, seguidos de recuperação parcial ou total do cabelo perdido. Pode haver
queda num local, e crescimento em outros, mas, a perda também pode ser
irreversível. Quando o cabelo volta a crescer, geralmente é branco e fino para,
depois, adquirir cor e consistência normais. Com ou sem tratamento, crescimento
parcial ou completo deve ser esperado dentro de um ano, nos casos de alopecia
em placas.
Embora o diagnóstico
possa ser feito pela simples aparência das áreas sem cabelo, circunscritas, em
certos casos há necessidade de fazer biópsia da pele afetada para afastar
outras causas de alopecia. Em 10% a 40% dos casos, há outras pessoas na família
com o mesmo problema. De 7% a 10% dos pacientes desenvolvem formas graves de
alopecia crônica. Quando a alopecia areata instala-se antes dos dois anos de
idade, 55% das crianças mais tarde evoluem para alopecia totalis.
Diversos genes têm sido implicados na suscetibilidade à
Alopecia Areata; eles provavelmente interagem com fatores ambientais, como o
estresse ou a presença de microorganismos, para disparar uma resposta imunológica
anômala que lesa o folículo piloso. Em 20% a 30% dos casos, a Alopecia está
associada com outras enfermidades de natureza imunológica: tireoidites, diabetes,
lúpus, vitiligo, Rinites e outras condições alérgicas.
O tratamento
não é obrigatório, porque não previne novas recidivas, uma vez que a condição é
benigna e tende a regredir espontaneamente, mas costuma ser indicado porque a
alopecia pode causar distúrbios psicológicos importantes. Nos adultos com menos
de 50% de envolvimento do couro cabeludo, o tratamento de primeira linha são as
injeções locais de derivados da cortisona. Nos pacientes que respondem bem, o
crescimento pode ser notado 4 a 8 semanas. As injeções são repetidas a cada 4
ou 6 semanas. Nos casos em que a queda de cabelo foi rápida, extensa e
duradoura, os resultados são pobres. Se depois de 6 meses não houver resposta,
o tratamento pode ser interrompido. A aplicação tópica de cremes contendo
corticosteróides é uma opção menos eficaz do que a injeção, mas bastante
empregada, especialmente em crianças, para evitar a dor que as injeções locais
provocam. Soluções de Minoxidil a 1%, 2% ou até 5%, substância que estimula a síntese de DNA no
folículo piloso, aplicadas duas vezes por dia, demonstram eficácia em 20% a 45%
dos casos. Tratamento local com creme de antralina, uma substância com
propriedades antiproliferativas, tem sido empregado com resultados variáveis.