27 de outubro de 2013

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA






Revisão da literatura. Insuficiência Cardíaca.
Patrycia Araujo_Médica do CMS Vila Canoas

Um estudo do Hospital do Coração de São Paulo realizado entre os anos de 2008 e 2009 e publicado no site da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra um crescimento de 40% no número de internações de pacientes acima de 60 anos com Insuficiência Cardíaca. No total, foram realizadas 622 internações em 2008 e 872 em 2009, sendo 86% em mulheres acima de 60 anos, contra 82,5% em homens com a mesma faixa etária. A prevalência dos atendimentos de insuficiência cardíaca está no sexo masculino, que representou 61,6% em 2008 e 60,3% em 2009 dos casos atendidos no HCor.

A insuficiência cardíaca se dá quando o coração está incapacitado de efetuar as suas funções normais. Ela acontece quando os ventrículos não conseguem exercer o papel de bomba cardíaca.

Existem dois tipos de IC: a aguda (ICA) e a congestiva (ICC). A Insuficiência Cardíaca Aguda é conseqüente de um infarto do miocárdio, ou de uma arritmia severa do coração. Já a Insuficiência Cardíaca Congestiva pode aparecer de modo agudo, porém pode se desenvolver também de forma gradual. Desenvolvida para a condição crônica, ela gera a possibilidade de adaptações do coração (cirurgias, troca de válvulas, transplante), o que pode permitir uma vida prolongada.

A insuficiência cardíaca é a maior causa de internação hospitalar na rede pública e privada, considerada a cardiopatia mais freqüente, e a maior causa de re-internação. Ela é responsável pela maior parte dos custos da doença cardíaca, chegando a aproximadamente 70% dos custos do doente cardiopata na fase hospitalar.

A principal causa de re-internação é a descompensação cardíaca. Após o tratamento e melhora dos sintomas, muitos pacientes voltam à sua rotina normal, e acabam se descuidando dos conselhos médicos. Quando isso acontece, o paciente tem uma recaída nos seus sintomas, que podem advir da falta de aderência ao tratamento, ou por não controlar os fatores de risco, como o consumo excessivo de líquidos e sal, o que precipita uma nova internação. Há várias formas de se evitar a descompensação. Para evitar o problema, o paciente deve evitar o sal, não tomar líquido em excesso, fazer um controle do peso diário, e tomar as medicações nos horários indicados.

Muitos pacientes chegam ao atendimento de emergência com a queixa de falta de ar, cansaço e inchaços nas pernas e braços (principais sintomas da insuficiência cardíaca). No período do estudo foram registrados 1.075 casos em 2008 e 868 ocorrências em 2009, com prevalência no atendimento de pessoas do sexo masculino (58% e 55% respectivamente). Porém, na análise da faixa etária, 79,5% dos pacientes atendidos foram homens, contra 84,5% de mulheres acima de 60 anos.

A taxa de mortalidade ainda é considerada muito alta, apesar de todo o atendimento e tratamento existente para a insuficiência cardíaca. Há ainda um número muito alto de pessoas que morrem com IC, mesmo tendo todo o suporte médico e tecnológico. As mortes são decorrentes de uma IC advinda de arritmia grave, parada cardíaca, bloqueio do sistema elétrico do coração, choque cardiogênico. A insuficiência cardíaca é uma patologia muito grave e freqüente entre as doenças cardiológicas, com muitas formas de tratamento. Por isso, o trabalho de conscientização deve ser constante.

O tratamento da IC ocorre em duas vertentes: tratamento de causas removíveis e causas não-removíveis, realizados de forma clínica e cirúrgica. No tratamento de causas removíveis, a insuficiência cardíaca pode ser revertida através de cirurgias, como a troca de uma válvula cardíaca, a retirada de um aneurisma no coração, ou do ventrículo esquerdo, cirurgia de revascularização do miocárdio, colocação de pontes de safena, marcapassos apropriados para o tratamento da insuficiência cardíaca, que sincronizam o batimento do átrio com o batimento do ventrículo, além de procedimentos que utilizam células tronco, transplantes cardíacos, entre outros. As causas não removíveis ocorrem quando a doença é do próprio músculo cardíaco, como é o caso da Doença de Chagas, em que ocorre a dilatação do coração. Nesses casos, com a realização de um diagnóstico precoce, existe o tratamento clínico de manutenção da IC, que é baseado no uso de medicamentos que retiram o excesso de líquido, que aumentam a força de contração do músculo cardíaco e melhoram o desempenho do coração. Fonte: site da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

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