14 de março de 2014

GLAUCOMA




Glaucoma – Revisão da literatura por Patrycia Araujo_Médica do CMS Vila Canoas

Glaucoma é uma designação genérica para um grupo de doenças distintas que envolvem pressão intraocular, associada à Neuropatia óptica. pressão intraocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de glaucoma, mas é possível uma pessoa desenvolver dano no nervo com pressão intraocular normal ou não desenvolver mesmo com pressão intraocular elevada durante anos sem apresentar lesões. Reduzir a pressão diminui a perda visual mesmo nesses casos. Se não for tratado, o glaucoma leva ao dano permanente do disco óptico da retina, causando uma perda progressiva do campo visual.

Glaucoma primário de ângulo aberto é o tipo mais comum de glaucoma, representando cerca de 90% dos casos registrados, e freqüentemente começando sem sintomas e demorando muitos anos para causar perda visual perceptível. Uma das causas pode ser uma obstrução da drenagem do humor aquoso do olho.

O humor aquoso é produzido no corpo ciliar do olho, fluindo através da pupila para a câmera anterior. A malha trabecular então drena o líquido para o canal de Schlemm, e finalmente para o sistema venoso. Todos os olhos possuem alguma pressão intraocular que é causada pela presença de alguma resistência ao fluxo do humor aquoso através da malha trabecular e do canal de Schlemm. Se a pressão intraocular (PIO) for alta demais (maior do que 21,5 mm Hg), a pressão nas paredes do olho resultará na compressão das estruturas oculares. Entretanto, outros fatores, como perturbações no fluxo sangüíneo, ou no nervo óptico podem interagir com a PIO e afetar o nervo óptico. Em 30% dos casos de glaucoma primário de ângulo aberto há PIO estatisticamente normal. Esses casos são chamados de glaucoma de pressão normal. Devido ao fato de exames do nervo óptico nem sempre serem realizados juntamente com medidas de PIO em pacientes de risco, o glaucoma de pressão normal é mais raramente diagnosticado até as condições se apresentarem adiantadas.

Glaucoma de ângulo fechado é caracterizado por um aumento súbitos da pressão intraocular. Isto ocorre em olhos susceptíveis quando a pupila dilata e bloqueia o fluxo do fluido através dela, levando à íris a bloquear a malha trabecular. Glaucoma de ângulo fechado pode causar dor e reduzir a acuidade visual (visão borrada), podendo levar à perda visual irreversível dentro de um curto período de tempo. É considerada uma situação de emergência oftalmológica e requer tratamento imediato. Muitas pessoas com esse glaucoma podem visualizar um halo (aro brilhante) em volta de pontos de luz brilhantes, além da perda de visão característica da doença.

Glaucoma congênito é uma doença genética rara que atinge bebês. Os recém-nascidos apresentam globos oculares aumentados e córneas embaçadas. Se considera que a causa da pressão intraocular elevada nesses casos é causada pela redução da permeabilidade trabecular. O tratamento é a cirurgia.

Glaucoma secundário ocorre como uma complicação de várias condições médicas, como cirurgia ocular, catarata avançada, lesões oculares, uveítesdiabetes ou uso de corticóides.

O campo de visão em um glaucoma avançado pode ficar cada vez mais restrito e difuso. Enquanto que o glaucoma pode ou não ter sintomas distintos, uma complicação quase inevitável do glaucoma é a perda visual. A perda visual causada por glaucoma atinge primeiro a visão periférica. No começo a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente. Perdas moderadas a severas podem ser notadas pelo paciente através de exames atentos da sua visão periférica. Isso pode ser feito fechando um olho e examinando todos os quatro cantos do campo visual, observando claridade e acuidade, e então repetindo o processo com o outro olho fechado. Freqüentemente o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a "visão tunelada". Se a doença não for tratada, o campo visual se estreita cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira do olho afetado. Esperar pelos sintomas de perda visual não é o ideal. A perda visual causada pelo glaucoma é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada por tratamento.

Pessoas com histórico familiar de glaucoma têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença. Diabéticos e negros são mais propensos a desenvolverem glaucoma de ângulo aberto, e asiáticos têm maior tendência a desenvolver glaucoma de ângulo fechado. Idealmente, todas as pessoas devem verificar o glaucoma a partir dos 50 anos, com a freqüência das checagens aumentando com a idade. Metade das pessoas que sofrem de glaucoma não sabe disso. A verificação de glaucoma normalmente é parte do exame ocular padrão feito por um oftalmologista, e deve incluir medida da pressão intraocular, além do exame do nervo óptico em busca de lesões. Se houver qualquer suspeita de lesão no nervo óptico, deve ser feita uma campimetria. A oftalmoscopia a laser também pode ser realizada. Tomografia da cabeça também pode ser feita para buscar outras causas de pressão alta no crânio. Glaucomas atingem cerca de 1% das pessoas entre 43 e 54 anos, 2% entre 54 e 75, e 5% em maiores de 75 anos, mais de 90% sendo do tipo ângulo aberto.

Diminuir a pressão intra-ocular elevada até o momento é o principal tratamento contra o Glaucoma. A pressão intra-ocular pode ser diminuída com medicamentos, geralmente com colírios. Caso a pressão não diminua com o uso desses medicamentos, uma cirurgia poderá ser indicada, tanto a cirurgia a laser (trabeculoplastia) quanto a tradicional (trabeculectomia). A trabeculoplastia laser pode ser utilizada para tratamento de glaucoma de ângulo aberto. Um ponto de laser de argônio é apontado à malha trabecular para estimular a abertura da malha e permitir um aumento no escoamento do humor aquoso. A cirurgia convencional mais comum realizada para tratamento de glaucoma é a trabeculectomia. Nela, uma câmara (bolha) é feita na parede escleral do olho, e uma abertura é feita abaixo da bolha para remover a porção da malha trabecular. A bolha é então suturada frouxamente de volta. Isso permite o fluido escoar para fora do olho através desta abertura, resultando em diminuição da pressão intraocular.


Há diversas classes diferentes de medicamentos para tratar glaucoma, com diversos medicamentos em cada classe. O timolol e o betaxolol diminuem a produção de humor aquoso. A epinefrina aumenta o fluxo do humor aquoso através da malha trabecular e possivelmente através da via úveo-escleral. A pilocarpina funciona pela contração do músculo ciliar, estreitando a malha trabecular, e permitindo o aumento do fluxo através das vias tradicionais. A dorzolamida diminui a secreção do humor aquoso pela inibição da anidrase carbônica no corpo ciliar. O latanoproste aumenta o escoamento do humor aquoso pela via úveo-escleral.

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